domingo, 5 de janeiro de 2014

Surgimento do Guarujá e seu crescimento com a Cia Balneária

A história do Guarujá se confunde com a história da aristocracia paulista.
Sua ocupação começou muito antes, ainda na época dos jesuítas, quando os fortes foram construídos para proteção da costa, por localização estratégica na fase de colonização (para mais detalhes, ver o post: Primórdios do Guarujá: uma aula de História.

Mas sua transformação de vila em um balneário – e o depois em município - esteve ligada a um grupo de empresários paulistanos, muito influentes politicamente, que apoiaram a criação de um complexo turístico, que obviamente iria atender a uma seletíssima demanda por lazer à beira-mar.

Podemos dizer que o Guarujá teve início quando três paulistas endinheirados tiveram a iniciativa de construir um balneário chique e com elementos europeus.

Em 1892 foi fundada a Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro, empresa constituída pelo grupo econômico ligado a firma Prado, Chaves e Cia, uma das maiores empresas de exportação de café do país.
Esse grupo, liderado pelo conselheiro Antônio Prado, seu cunhado Elias Chaves e por diversos grandes produtores de café decidiu criar no que hoje é o centro do Guarujá, na Praia de Pitangueiras, com expectativas de sucesso pelos seus empreendedores.

Quem eram estes homens que pensaram no Balneário Guarujá como um empreendimento?

Antônio Prado Chaves, descendente de uma das famílias mais ricas do Brasil, proprietária de fazendas de café, casas exportadoras e estradas-de-ferro, era um bem sucedido empresário e político tendo sido prefeito de São Paulo entre 1899 e 1911. Era o fundador da Companhia Balneária do Guarujá.

Elias Fausto Pacheco Jordão, seu cunhado e sócio, era uma das figuras mais influentes na aristocracia paulista. Foi presidente da província de São Paulo por um curto período em 1885. Era sócio da Companhia Prado Chaves, uma das maiores firmas de exportação de café na cidade de Santos, pertencente a Elias Chave

- Valêncio Teixeira Leomil era possuidor de possuidor de extensa área localizada entre a praia do Perequê e o Canal de Bertioga, sobre a qual se apropriou. Em 1890, solicita a câmara de Santos direitos de uso sobre largas áreas da ilha e concessão por uma ligação férrea a ser construída entre o estuário de Santos e sua propriedade. Dois anos depois, em 1892, Valêncio Leomil vende seus direitos aos empresários paulistanos Elias Chaves e Elias Pacheco, que fundam a Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro.

Elias Chaves, após contratar com Valencio Teixeira Leomil a compra de sua concessão para estabelecimento de uma estrada de ferro na ilha de Santo Amaro, fundou a Companhia Balneária, na mesma ilha, torna Elias Fausto seu presidente e dando a Valencio a posição de Diretor Fiscal, organizando em seguida os planos maiores para instalação da Vila Balneária do Guarujá, sobre traçado de sua autoria.
Assim em 1893, a Companhia Balneária inaugura o empreendimento, que era constituído de 46 casas, uma igreja, um hotel e um cassino, tudo pré-fabricado em madeira importado dos Estados Unidos.
O empreendimento foi um sucesso, agrando a aristocracia paulistana. O balneário – e principalmente seu cassino - passou a ser frequentado pela “nata da sociedade”, por famílias como Jafet, Matarazzo, Chaves, Siciliano e Prado.
Anos depois, a companhia do balneário (então chamada Prado, Chaves & Cia.), que não ia tão bem assim, foi comprada pelo norte-americano Percival Farquhar, tido então pelo maior investidor privado no Brasil.
Foi ele o empreendedor que edificou o cassino e as estruturas no Grand Hôtel La Plage - projetado pelo escritório Ramos de Azevedo e aberto em 1912 para tomar do lugar do anterior, que havia se incendiado.
Contaremos um pouco mais sobre o Cassino e Hotel La Plage, reduto requintado da elite paulistana.


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