sábado, 11 de janeiro de 2014

Os primeiros edifícios da orla da Praia de Pitangueiras


Após a inauguração da Via Anchieta, em 1947, as viagens entre São Paulo e o Guarujá se tornaram mais fáceis, o aumenta o fluxo de pessoas na cidade.
Nos anos 40, o Guarujá continua a ser o endereço de férias preferido das famílias tradicionais da sociedade paulistana. Mas também passa a incorporar uma burguesia industrial que, graças à guerra que impediu as importações, se consolidava como “a nova dona do dinheiro” na cidade de São Paulo, que crescia em ritmo acelerado.


Foto 1


Esta elite da sociedade, estava ávida por um espaço de lazer, o que abria espaço para a especulação imobiliária. Atentos a estas tendências, havia empreendedores atentos às oportunidades.
Começam então a surgir os primeiros edifícios de apartamentos na Praia de Pitangueiras, para aqueles que se interessavam por ter uma residência de férias à beira-mar.
Ainda nos anos 40, foram construídos os primeiros edifícios nesta praia. Surgem então os edifícios tradicionais que ainda hoje preservam suas fachadas e todo glamour desta época, como o Edifício Pitangueiras, e o Edifício Monduba.
O Edifício Pitangueiras foi construído em 1942, por um engenheiro alemão e na época estava na categoria de "arranha-céu", com 8 andares! Foi o primeiro prédio de grande porte da orla e deu início ao crescimento imobiliário.

Foto 2


No ano seguinte foi construído o Edifício Monduba, que a partir de 1951 passou a abrigar no andar térreo o Restaurante Monduba, que ainda está aberto e é muito bem frequentado (chama-se atualmente Tahiti Monduba) no andar térreo do edifício. No passado, foi palco de almoços e jantares requintados, comandados pelos irmãos Guido e Bruno Romanese, reunindo representantes de famílias de nomes que lembram a tradição do mundo empresarial de São Paulo.


Foto 3


Em 1945 começou a construção do tradicional “Edifício Sobre as Ondas”, em um terreno rochoso que separa as praias de Astúrias e Pitangueiras – e onde antes estava o pequeno Hotel Orlandi.




A partir dos anos 50 intensifica-se um processo de verticalização acelerado no Guarujá, surgindo os prédios que hoje caracterizam a Praia de Pitangueiras, um estilo de praia mais urbana, com seus imponentes pilares na fachada.
Nesta década foi construído o Edifício Flamingo, que conheço bem estar sempre lá e só descobri que foi finalizado em 1957 porque quando minha família foi reformar um dos banheiros, encontramos um jornal que estava forrando o interior de uma banheira bem antiga e era “A Folha da Manhã” deste ano, quando utilizaram para calçar os encanamentos.
Na praia de Astúrias, o primeiro foi o Edifício Tendas, que reino solitário até os anos 70.
A partir de 1946, com a proibição do jogo, o cassino deixara de ser atração. Não havia mais o famoso "cutuca", jogo de cartas, semelhante ao pôquer, em que se perdiam ou ganhavam verdadeiras fortunas. Em 1960, demoliu-se o Grande Hotel, que constaremos em mais detalhe em outro post.
Aos poucos, os chalés que deram início à Vila Balneária foram desaparecendo e hoje há apenas um, na esquina das ruas Mário Ribeiro e Benjamin Constant, em precárias condições, testemunho vivo da vila que há 90 anos deu origem a Guarujá.

Porém, além das construções voltadas para o veraneio, o adensamento ocorre não apenas com os turistas, mas também com novos moradores, como migrantes nordestinos que migraram para a ilha à procura de emprego, se fixando na região do velho forte de Itapema, dando origem ao distrito de Vicente de Carvalho, que agregou outros bairros e cresceu a partir dos anos 80, com uma ocupação desordenada também nas áreas dos morros.

Um comentário:

  1. Pelo que eu saiba, o edifício de Guarujá, o Pitangueiras tem 10 andares, sem considerar o intermediário, não?

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