domingo, 5 de janeiro de 2014

Primórdios do Guarujá: uma aula de História

A história de Guarujá começa no século XVI, mais exatamente em 1502, com a construção de fortes para defesa do litoral. O rei de Portugal buscava proteger nossa costa dos corsários ingleses e franceses que segundo alguns, já conheciam o território brasileiro por causa do pau-brasil e por isso enviou uma expedição colonizadora para a Ilha de Guaibê (mais tarde denominada Santo Amaro e hoje Guarujá).
Seu nome, Guarujá, deriva de duas palavras indígenas: Gu-ar-y-ya, que quer dizer "passagem estreita de um lado a outro" e Guaru-ya, que quer dizer "viveiro de sapos ou rãs".
A Ilha de Santo Amaro foi doada a Pero Lopes de Souza em 1.534 pelo rei de Portugal, D.João III, para que fosse colonizada e cuidada. Como oferecesse poucas condições de fixação ao homem, em virtude de seu relevo montanhoso e de difícil acesso, ficou abandonada, habitada apenas por indígenas e alguns colonos.
Tinha grande importância estratégica, pois defendia a entrada do estuário. Em 1829 foi construído o Farol da Ilha da Moela para dar segurança aos navios que se aproximavam da Baía de Santos.
A mudança de nome para Ilha de Santo Amaro aconteceu após a construção da Capela de Santo Amaro, quando a ilha passou a ser ocupada por jesuítas, na catequese de pequenos grupos indígenas e pela construção dos fortes. Nessa época, foi instalada também uma indústria colonial de óleo de baleia, situada no extremo norte da ilha, próximo ao povoamento onde hoje está o município de Bertioga.
Até meados do século XIX, a Ilha de Santo Amaro era ocupada por vários sítios onde, no tempo da escravidão, eram escondidos negros contrabandeados da África.
A vila litorânea somente começou a ficar conhecida a partir de 1892, quando a Companhia Prado Chaves instalou a Companhia Balnearia da Ilha de Santo Amaro, com o objetivo de fundar a Vila Balnearia de Guarujá. Para isso foram encomendados dos Estados Unidos 01 hotel, 01 igreja, 01 cassino e 46 residências, desmontáveis e construídos em pinho da Geórgia. Uma estrada de ferro passou a ligar o Estuário de Santos à nova vila. Duas barcas possibilitavam o transporte de passageiros da estação da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (em Santos) ao atracadouro do Balneário, em Itapema.
A Vila foi inaugurada em 1893, pelo Dr. Elias Fausto Pacheco Jordão, presidente da Companhia, que foi sucedido no cargo por Nicola Puglisi, que dá nome a principal avenida de acesso à praia.
A Avenida Puglisi, que abriga a igreja secular e que desemboca em frente onde ficava o glamoroso Hotel Cassino La Plage, que foi destruído em um incêndio em 1897 e reconstruído mais tarde. Foi num dos quartos deste hotel, uma importante construção dos anos 30, que em 1932, suicidou-se Santos Dumont, o pai da aviação.
O Ferry Boat (balsa para automóveis entre Santos e Guarujá) foi inaugurado em 1922 e existem até hoje, sendo um belo passeio para aproveitar e passear até chegar ao Guarujá.
O Guarujá era o destino favorito dos veranistas que, além do sol, iam atrás das mesas de roleta e bacará de seu famoso cassino, fechado quando o jogo foi proibido no Brasil, em 1946.
Em 1953, a antiga Vila Itapema passou a Distrito, recebendo o nome de “Vicente de Carvalho”, em homenagem ao poeta santista.
Nos anos 70 houve a explosão imobiliária. Migrantes nordestinos chegaram atraídos pelos empregos na construção civil. Surgiram favelas, as praias se encheram, cessaram os investimentos públicos e os problemas associados à especulação e violência aumentaram.
A partir de 1990, a Rodovia Piaçaguera-Guarujá (ou Rodovia Domenico Rangoni, que foi inaugurada em 1957 para interligar a cidade à Via Anchieta/Imigrantes em Cubatão) precisou ser duplicada, devido ao grande movimento na cidade.
Por ser uma ilha, o Guarujá cerca-se de praias de todos os tipos e para todos os gostos. São 16 praias, cada um com sua peculiaridade. Apesar dos problemas com o crescimento, a cidade guarda seu charme e se esforço para manter o apelido de a “Pérola do Atlântico”.


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