A história de Guarujá começa no século XVI, mais exatamente em 1502,
com a construção de fortes para defesa do litoral. O rei de Portugal buscava
proteger nossa costa dos corsários ingleses e franceses que segundo alguns, já
conheciam o território brasileiro por causa do pau-brasil e por isso enviou uma
expedição colonizadora para a Ilha de
Guaibê (mais tarde denominada Santo Amaro e hoje Guarujá).
Seu nome, Guarujá, deriva de duas palavras indígenas: Gu-ar-y-ya, que
quer dizer "passagem estreita de um lado a outro" e Guaru-ya, que
quer dizer "viveiro de sapos ou rãs".
A Ilha de Santo Amaro foi
doada a Pero Lopes de Souza em 1.534 pelo rei de Portugal, D.João III, para que
fosse colonizada e cuidada. Como oferecesse poucas condições de fixação ao
homem, em virtude de seu relevo montanhoso e de difícil acesso, ficou
abandonada, habitada apenas por indígenas e alguns colonos.
Tinha grande importância estratégica, pois defendia a entrada do
estuário. Em 1829 foi construído o Farol
da Ilha da Moela para dar segurança aos navios que se aproximavam da Baía
de Santos.
A mudança de nome para Ilha de Santo Amaro aconteceu após a construção
da Capela de Santo Amaro, quando a ilha passou a ser ocupada por jesuítas, na
catequese de pequenos grupos indígenas e pela construção dos fortes. Nessa
época, foi instalada também uma indústria colonial de óleo de baleia, situada
no extremo norte da ilha, próximo ao povoamento onde hoje está o município de
Bertioga.
Até meados do século XIX, a Ilha de Santo Amaro era ocupada por vários
sítios onde, no tempo da escravidão, eram escondidos negros contrabandeados da
África.
A vila litorânea somente começou a ficar conhecida a partir de 1892,
quando a Companhia Prado Chaves
instalou a Companhia Balnearia da Ilha
de Santo Amaro, com o objetivo de fundar a Vila Balnearia de Guarujá. Para isso foram encomendados dos Estados
Unidos 01 hotel, 01 igreja, 01 cassino e 46 residências, desmontáveis e
construídos em pinho da Geórgia. Uma estrada de ferro passou a ligar o Estuário
de Santos à nova vila. Duas barcas possibilitavam o transporte de passageiros
da estação da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (em Santos) ao atracadouro do
Balneário, em Itapema.
A Vila foi inaugurada em 1893, pelo Dr. Elias Fausto Pacheco Jordão, presidente da Companhia, que foi
sucedido no cargo por Nicola Puglisi,
que dá nome a principal avenida de acesso à praia.
A Avenida Puglisi, que abriga a igreja secular e que desemboca em
frente onde ficava o glamoroso Hotel Cassino La Plage, que foi destruído em um
incêndio em 1897 e reconstruído mais tarde. Foi num dos quartos deste hotel,
uma importante construção dos anos 30, que em 1932, suicidou-se Santos Dumont, o pai da aviação.
O Ferry Boat (balsa para
automóveis entre Santos e Guarujá) foi inaugurado em 1922 e existem até hoje,
sendo um belo passeio para aproveitar e passear até chegar ao Guarujá.
O Guarujá era o destino favorito dos veranistas que, além do sol, iam
atrás das mesas de roleta e bacará de seu famoso cassino, fechado quando o jogo
foi proibido no Brasil, em 1946.
Em 1953, a antiga Vila Itapema
passou a Distrito, recebendo o nome de “Vicente
de Carvalho”, em homenagem ao poeta santista.
Nos anos 70 houve a explosão imobiliária. Migrantes nordestinos
chegaram atraídos pelos empregos na construção civil. Surgiram favelas, as
praias se encheram, cessaram os investimentos públicos e os problemas
associados à especulação e violência aumentaram.
A partir de 1990, a Rodovia
Piaçaguera-Guarujá (ou Rodovia
Domenico Rangoni, que foi inaugurada em 1957 para interligar a cidade à Via
Anchieta/Imigrantes em Cubatão) precisou ser duplicada, devido ao grande
movimento na cidade.
Por ser uma ilha, o Guarujá cerca-se de praias de todos os tipos e para
todos os gostos. São 16 praias, cada um com sua peculiaridade. Apesar dos
problemas com o crescimento, a cidade guarda seu charme e se esforço para
manter o apelido de a “Pérola do Atlântico”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário